Há uns dias postamos um artigo geral sobre o uso da
maconha no tratamento da doença inflamatória intestinal. No Brasil está havendo
uma grande discussão sobre a legalização de seu uso para fins medicinais.
Enquanto a Anvisa não libera o uso uma equipe da Universidade da Carolina doSul comandada pelos
pesquisadores Mitzi Nagarkatti, Prakash Nagarkatti e Xiaoming Yang descobriram
uma molécula presente na maconha, o THC que pode suprimir algumas funções do
sistema imune – mais ou menos o que alguns medicamentos como corticóides ou
biológicos fazem.
Leia o artigo anterior: Maconha e a Doença Inflamatória Intestinal
O trabalho deles foi publicado no dia 2 de junho de
2014 no Journal of Biological Chemistry.
A maconha é a droga ilícita mais usada nos Estados
Unidos, e talvez isso também seja verdade para o Brasil. A diferença é que lá
alguns estados já a legalizaram para o uso medicinal enquanto no Brasil a
discussão está apenas começando. Pesquisas como essa são necessárias para
mostrar como essa droga pode ser usada para aliviar os sintomas de algumas
doenças.
Em alguns estados americanos e Canadá a maconha é
vendida para uso medicinal para aliviar náusea e enjoo em alguns pacientes com
câncer que estão passando por quimioterapia, por alguns pacientes que
desenvolveram AIDS para que não percam tanto peso e massa muscular além de
aliviar as dores crônicas que nem opióides como morfina consegue aliviar.
O estudo revelou ainda um outro potencial para a
maconha – a supressão do sistema imune para tratar doenças autoimunes. A
pesquisa é baseada em trabalhos científicos recentes que tratam da influência de
substâncias presentes no ambiente na alteração do DNA humano. Essas
substâncias, que potencialmente teriam a capacidade de modificar a função dos
genes, controlados pelo DNA , são conhecidas como epigenoma.
Nessa pesquisa os pesquisadores verificaram se o
tetrahidrocanabinol (THC), que é achado na maconha, tem a capacidade de afetar
o DNA através de um caminho epigênico fora do DNA, como as substâncias
mencionadas acima.
Os resultados mostraram que o THC pode modificar
moléculas críticoas do epigenoma, essas moléculas são chamadas de histonas e
elas podem levar a supressão da inflamação. Isso sugere que um efeito negativo
de fumar maconha seja a supressão da inflamação benéfica do organismo, mas
também mostra que por conta da influência epigênica que leva a supressão da
inflamação, a maconha pode ser eficaz no tratamento de algumas doenças
autoimunes como artrite, lupus, colite ulcerativa, doença de Crohn, esclerose
múltipla e outras em que a inflamação crônica é a principal característica da
doença.
Esse texto foi baseado nos materiais disponizilizados pela University of South Carolina.
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