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Hoje vamos falar um pouco sobre a terapia com baixas doses de opióide como uma opção para o tratamento da doença de Crohn.  

Essa terapia é conhecida como LDN (low-dose naltrexone / baixa dose de naltrexona).

Naltrexona é um fármaco opióide antagonista e é usado no tratamento do alcoolismo. O interesse nesse tipo de tratamento é baseado em dois estudos dos pesquisadores Dr. Jill Smith and Ian Zagon da Universidade Estadual da Pensilvânia. Esses estudos sugerem que o LDN pode melhorar os sintomas e a qualidade de vida de alguns portadores de doença de Crohn.

Mas o que seria esse naltrexona? Seria uma opção a ser considerada por mim?


Naltrexona é um bloqueador do sistema opióide natural do corpo humano. Foi desenvolvido em 1960 e aprovado pelo FDA (agência reguladoradora americana) para o tratamento do alcoolismo. 

Com a terapia de baixa dose de naltrexona os pacientes recebem algo em torno de 4.5 mg diariamente, o que representa 1/10 da dose normal aprovada pelo FDA, que é de 50 mg diários, para o tratamento de overdoses e dependências químicas como a dependência do ácool.

Pesquisadores ainda não sabem exatamente como o mecanismo dessa terapia funciona. Em teoria, parece que receber doses baixas de naltrexona faz com que o organismo comece a produzir mais opióide endógeno (natural do corpo), conhecidos como endorfinas e encefalinas. Uma dose baixa é usada porque assim o receptor é bloqueado apenas temporariamente resultando em um efeito colateral descrito acima, no qual mais opióide natural é produzido para recompor uma certa deficiência temporária.

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Uma dose alta bloquearia os receptores por um tempo prolongado o que não permitiria que ocorresse o efeito terapêutico do opióide. 

O aumento do nível de opióides naturais no organismo, produzido pelas baixas doses da naltrexona ajudaria a controlar e reduzir a inflamação nos intestinos e poderia até mesmo ter efeitos benéficos no sistema imune.

Dr Keith Sharkey, da Universidade de calgary, é o presidente do centro de pesquisa em doença inflamatória intestinal da Associação Canadense da Doença de Crohn e Colite Ulcerativa e ele é reconhecido pelos seus trabalhos correlacionando o sistema nervoso e os sintomas da DII. 

Ele acredita que essa terapia tem grandes chances de funcionar no controle da inflamação e assim melhorar os sintomas dos pacientes com doença de Crohn, mas ele alerta que mais estudos são necessários uma vez que os achados ainda são preliminares e limitados a um número pequeno de pacientes que foram tratados por apenas 12 semanas em apenas um centro de pesquisa.



Ele disse que o aspecto positivo é que os efeitos benéficos dessa terapia foram constatados em alguns pacientes e isso sugere que o opióide endógeno é importante na doença de Crohn.  Ele também ressalta que mais estudos são necessários para garantir a eficácia de tal tratamento assim como um estudo mais abrangente.

Dr Sharkey enfatiza que não há dados suficientes para ter certeza que essa terapia é eficaz e quem se beneficiaria desse tratamento uma vez que não seria benéfico para todos os portadores de doença de Crohn . Além do mais, mais pesquisas são necessárias para saber qual seria a dose ideal ou a forma que o fármaco deva ser administrado para ter uma maior eficácia em pacientes que têm doença de Crohn. Há a necessidade de saber dos riscos e se tal terapia inteferirira com os tratamentos atuais.

Apesar de todas as dúvidas, Dr Sharkey acredita que vale a pena discutir a possibilidade desse tratamento com o seu médico. “Converse com o seu médico e pergunte se é apropiado para você tal terapia.” Disse Dr Sharkey.

Ele disse que se conseguirmos entender melhor como o sistema endógeno de opióides funciona poderiamos prevenir os sintomas de ocorrerem ou pelo menos de não ocorrerem tão frequentemente. 

Se a remissão durar por um longo período já seria tão bom quanto a cura.




Esse material foi extraído da Associação Canadense de Doença de Crohn e Colite Ulcerativa. 

1 comentários:

  1. Gostaria de contribuir com o meu relato. Sempre destacando que os tratamentos mencionados abaixo estão funcionando muito bem para meu filho, que esta praticamente em remissão do crohn.
    No final de 2013 ele foi diagnósticado com a doença de crohn, e iniciou o tratamento com ASA e Imuran. Porém depois e muitas pesquisas, optamos por tratamentos ditos "alternativos", que se iniciou em janeiro desse ano. Vitamina D3 (30.000UI) diário, Agora reduziu para (20.000UI). Não se assuste com essa dosagem, pesquise sobre altas doses de vitamina D3 para doença autoimune, Dr Lair Ribeiro, Dr Cicero Galli, Nutricionista Júlio Caleiro, etc... Também esta tomando LDN 4,5mg (LowDose Naltreona) . Para fissura anal que apresentou associado ao Crohn, fez 100 sessões de Camara Hiperbarica, com sucesso. E também esteve em periodo somente com Modulen IBD, com bons resultados. Portanto não podemos atribuir ao trabalho individual de nehum medicamento, mas sugiro a todos que tem a doença de crohn, que pesquisem sobre esses medicamentos/tratamentos, que apresentaram grandes resultados, praticamente sem efeitos colaterais...

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