Hoje na Sessão Conte a Sua
História vamos ouvir Thiago
Del Grande, 28 anos, Rio de Janeiro - RJ, Brasil.
Os primeiros
sintomas:
“Em 2009, pouco antes de eu completar 24 anos comecei a
ter dores abdominais, hemorroidas e fissura anal.”
Diagnóstico:
“Os primeiros sintomas apareceram em meados de 2009,
fui diagnosticado pela primeira vez em janeiro de 2010, porém dois médicos
falaram que eu não tinha nenhuma DII. Um deles, inclusive, disse que o nome da
minha doença era “frescura” e ambos suspenderam o tratamento. Acabei tomando
como verdade o fato de não ter a doença e comecei a piorar. Fui diagnosticado
novamente em julho de 2010. Porém, outros médicos (especialistas em DII) deram
o diagnóstico como falso e fui tratado como um paciente sem DII, apenas com
remédios para cólicas e pomadas para as hemorroidas.
“Então o diagnóstico foi
dado como sendo Doença de Crohn.”
* Colecistite alitiásica é a inflamação da vesícula
biliar.
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Qual foi a
reação do Thiago ao receber o diagnóstico?
“No primeiro diagnóstico achei tudo muito normal até
pesquisar o assunto. Quando me deparei com as informações terríveis da doença
na internet, entrei em desespero. No segundo diagnóstico, entrei em depressão e
tranquei diversas disciplinas na faculdade. Também cheguei a ser demitido ao
emagrecer 6kg em uma semana e minha chefe achar que eu tinha AIDS.”
“Sempre busquei informações na internet, em blogs e
redes sociais. O grande problema foi exatamente esse. Pouquíssimas pessoas que
escrevem sobre a doença na internet estão vivendo bem. As pessoas gostam de
postar fotos de fístulas abertas, bolsas de colostomia etc. Ninguém quer contar
que está bem, que leva uma vida saudável e produtiva.”
O tratamento
inicial:
"Nos primeiros diagnósticos tomei mesalazina, que só me
piorou. Depois do terceiro (definitivo) diagnóstico comecei com azatioprina."
Complicações no
decorrer da doença:
“Devido à falta de tratamento adequado por quase três
anos, desenvolvi uma estenose que virou suboclusão e precisei operar. Retirei
cerca de 60cm de intestino em maio de 2013.”
Leia mais sobre: Distúrbios oftalmológicos e Doença de Crohn
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A mudança de
hábitos, o convívio familiar e na escola:
“Fui demitido de 2 lugares diferentes. O primeiro
porque eu faltava muito por motivo de doença e o segundo por preconceito. Nesse
último, mesmo doente eu quase não faltava, mas perdi muito peso e cheguei a
51kg. Minha chefe me demitiu sob a alegação de que eu estava “visivelmente
doente”.
O meu núcleo familiar (pais, irmã
e avós) nada mudou e eles sempre me apoiaram e sofreram junto comigo. Entretanto,
alguns tios simplesmente pararam de falar comigo e deixam claro que eu não sou
convidado para as festas quando chamam minha família. Inclusive, tenho um tio não
se aproxima de mim por medo de contrair a doença.
Na faculdade,
tive que trancar muitas matérias por causa da depressão. Fiquei um ano fazendo
uma matéria por período para não perder a bolsa de estudos. Depois que voltei
tive o apoio de muitos professores que me ajudaram bastante por conta do
excesso de faltas.”
Conhecimento dos
outros sobre a doença:
“Tenho que explicar até hoje. J”
Trabalhos de
divulgação ou participações em grupos sobre DII:
Tratamento com infliximab (Remicade) |
Além do blog, participo
de grupos de portadores no Brasil e no exterior com a ajuda da internet.”
O tratamento
hoje em dia e como está se sentindo:
“Hoje faço uso de Remicade, azatioprina e Imosecs por
conta da redução do intestino; e levo uma vida bsolutamente normal com lapsos
raros de diarreia e cólica.”
Esportes e a
doença de Crohn:
“Comecei a fazer musculação e a praticar corrida. Minha
qualidade de vida melhorou muito depois disso. Praticamente esqueci que tenho a
doença.”
Leia mais sobre: Razões para se praticar esportes quando se tem DII
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Dieta e a doença
de Crohn:
“Evito a lactose do leite, pois continuo comendo os
derivados. Evito carboidratos em excesso e alimentos muito condimentados. No
mais é normal."
O que gostaria
de falar para quem foi diagnosticado recentemente:
“Que a doença não é um bicho de sete cabeças e que o
mais importante de tudo é encontrar um médico em que confie e que entenda de
DII. Tem muito gastroenterologista por aí que não tem a menor ideia do que é
Crohn ou Colite e sai receitando qualquer coisa. Também recomendo que procure
uma associação de portadores e converse com os que estão bem e levando uma vida
produtiva.”
Obrigado Thiago
por compartilhar a sua história conosco.
Depoimento impressionante. ADOREI.
ReplyDeleteMuito bom! Tenho Colite ulcerativa e assim que fui diagnosticado pesquisei na internet, assim como você só via coisa ruim. Tive altos e baixos na doença e hoje em dia está controlada e levo praticamente uma vida normal.
ReplyDeleteValeu!
This comment has been removed by the author.
ReplyDeleteParabéns, Thiago. Sua história ajuda muito a nós novatos nos momentos de crise.
ReplyDeleteOlá Thiago,
ReplyDeleteTenho 44 anos e após 3 anos de problemas intestinais, passando por 4 médicos diferentes e com vários diagnósticos, fui diagnosticada com a doença há seis meses. A azatioprina me rendeu uma pancreatite aguda, quase morri, Rsrs mas me dou bem com a mesalazina. Ainda conheço pouco sobre a doença e men
Obrigada pela ajuda
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