Esse artigo foi publicado no
Vancouver Sun e escrito por Helen Branswell
Ao ler esse artigo achamos interessante repassá-lo no site; afinal, doença inflamatória intestinal e
alimentação tem tudo a ver. Caso você tenha filhos pequenos com DII, você sabe
também o quanto é difícil fazê-los entender que algumas coisas eles podem comer
e outras nem tanto.
A melhor forma de educá-los sobre alimentação? Mande-os para a cozinha.
É um ritual familiar. Todos os
fins de semana, David Collins pega seu filho de 4 anos – Samuel – e o leva ao
supermercado. Com certeza é um tempo que eles passarão juntos se conhecendo
melhor, mas o vai e vem nos corredores do supermercado é parte da estratégia de
David para ensinar ao filho como cozinhar.
“Quando vamos até a parte onde se
encontram os vegetais e legumes eu sempre o peço para ir me mostrando os que
ele conhece por nome,” diz David, que era dono de um restaurante e passou anos
no ramo de preparação de alimentos.
“Eu quero passar para ele que
vegetais, legumes e frutas são saborosos se você os preparar corretamente.”
Em casa Samuel sempre coloca um
banquinho para subir e observar o pai cozinhando. E quando o tarefa pode ser
feita por alguém da idade de Samuel o pai dele o deixa colocar a mão na massa.
“Ele adora me ajudar a fazer
panquecas,”diz David.
“É interessante trazê-lo para
cozinha e mostrá-lo que algo pode ser criado misturando os ingredientes . Criar
algo que é saboroso.”
Especialistas em nutrição dizem
que isso é o tipo de coisa que você deveria estar fazendo caso queira que seus
filhos apreciem uma dieta saudável. E mais, fazendo isso você os estarão
preparando para planejar, comprar e cozinhar seus próprios alimentos, o que os
ajudarão muito quando chegar a hora deles saírem de casa.
Algumas pessoas têm dom para
cozinhar, mas para a maioria de nós é algo que precisa ser aprendido e quanto
mais cedo começasse a aprender mais fácil será.
As tarefas precisam ser
direcionadas de acordo com a habilidade e idade de cada criança. Por exemplo,
desfolhar um alface é algo que uma criança pequena pode fazer. Colocá-las para
ler uma receita proporciona uma oportunidade de você ensinar a seus filhos
medidas etc..
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“Assim que eles consigam seguir
comando, coloque-os na cozinha para ajudar,” diz Kristi King, uma nutricionista
da faculdade de Medicina do Texas.
Paciência é peça fundamental
nessa empreitada.
“Erros e bagunças vão acontecer –
farinha no chão, ovo quebrado,” avisa Susan Moores, nutricionista que avisa que
é importante mostrar para as crianças que erros podem acontecer e que não
precisa ficar com medo caso ocorra.
Se você quer ajudar ao seu
filho(a) a evitar a obesidade e ensiná-lo(a) que comida não vem de um saco de
biscoito ou da caixinha de leite apenas, você tem que se esforçar.
King diz que frequentemente se
depara com adultos que não sabe como comprar alimentos e muito menos
prepará-los. Ela trabalha no departamente de gastroenterologia infantil
ajudando crianças que têm doença de Crohn ou colite ulcerativa. Alguns de seus
pacientes continuam vendo-a mesmo após seguirem para a universidade. Ela os
encoraja a mandar emails caso eles tenham dúvida do que eles devem comer, e
eles usam essa abertura para melhorar a dieta.
“Recebi, não muito tempo atrás,
um email no qual perguntava como cozinhar um ovo.”
Isso provavelmente não acontecerá
com Samuel. Ele adora ovos com torradas e adora olhar o pai dele preparando-os.
Ele ainda é muito novo para mexer com água quente, mas ele está observando o
passo a passo.
Para Yoni Freedhoff, tudo isso é
algo que não deveria ser um tabu. Pais não veem o quanto é importante ensinar
as crianças como planejar e preparar uma refeição saudável misturando alguns
ingredientes.
“O que mais me surprende é que a
maioria dos pais acham importante que os filhos(as) aprendam como jogar
futebol, e esses mesmos pais não os ensinam como se alimentar de alimentos
frescos,” diz Freedholff, diretora do Instituto Médico Bariátrico em Ottawa –
Canada.
Ele não é contra exercício físico
– pelo contrário. Mas Yoni está preocupado com o fato das famílias estarem
sobrecarregando os filhos após o horário escolar com vários tipos de atividades
e com isso encurtando o tempo para terem refeições mais saudáveis.
Yoni diz que algum tempo atrás
uma pesquisa canadense verificou o impacto da prática de esportes após a escola
e o uso de restaurantes fast-food – o resultado mostrou que quem fazia esportes
após as aulas também comia mais em restaurantes fast-food porque eles estavam
sempre correndo para ficar no horário.
Leia também: Doença Inflamatória Intestinal na Infância
Até mesmo famílias que não usam restaurantes fast-food tedem a proibir crianças na cozinha para que façam as coisas mais rápidas e manterem-se no horário.
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Até mesmo famílias que não usam restaurantes fast-food tedem a proibir crianças na cozinha para que façam as coisas mais rápidas e manterem-se no horário.
“Acho que isso é um hábito de
muitos pais,” diz Comeau, que mora em Montreal.
“Ou eles estão preocupados com
segurança, ou preocupados se os filhos(as) conseguem ou não desempenhar certa
tarefa, ou eles estão tão apertados com o horário que é mais fácil não ter uma
criança por perto – mais fácil mandá-los ver TV.”
Yoni diz que pais que tentam
ensinar aos filhos(as) a cozinhar não têm que colocar a criança na cozinha para
o preparo de toda refeição, todos os dias. Talvez o melhor seja fazer disso uma
atividade semanal na qual a criança o ajudará a preparar o almoço ou o jantar.
“Se todas as crianças saíssem do segundo grau sabendo cozinhar pelo menos 10 refeições saudáveis algo incrível pode acontecer e o tempo de comidinha caseira voltaria ser a regra, não a exceção.”
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