Há um tempo foi anunciado um novo medicamento especificamente desenvolvido para o tratamento da doença inflamatória intestinal.
A empresa que o
fabrica entrou com o pedido de comercialização do mesmo e o pedido foi votado
pelo comitê da FDA. Embora a agência não precise seguir o que é indicado pelo
seu comitê, ela costuma acatar suas recomendações. Abaixo segue o artigo extraído da MedPage Today.
O Vedolizumab recebeu apoio da maioria dos membros consultados no comitê da
FDA (Food and Drugs Administratrion) para que haja uma maior investigação sobre
o agente biológico no tratamento da doença de Crohn, bem como a indicação para
a colite ulcerativa.
"Embora os dados do uso do
medicamento para a doença de Crohn ainda não sejam definitivos, parece ter
alguma eficácia e, particularmente, os dados analisados das 10 semanas foram
convincentes ", disse a palestrante Linda Feagins, médica da Universidade
do Texas, em Dallas. Ela acrescentou que "a necessidade de outra forma de
tratamento para a doença de Crohn é grande e vemos isso todos os dias ao tratar
os nossos pacientes. Eu sinto que fazer mais testes e postergando a data para
disponibilizar esse medicamento para pacientes vai aumentar os custos e atrasar
a entrada dele no mercado."
Como a reunião foi adiada por 2
horas devido ao mau tempo, foi anunciado no início da sessão que iriam pular a
votação formal sobre a indicação do remédio para a colite ulcerativa alegando
que há evidências esmagadoras em seu favor.
O fabricante do Vedolizumab,
Takeda Pharmaceuticals, apresentou o medicamento para aprovação direcionado
para o tratamento da doença de Crohn e colite ulcerativa em paciente que apresentam
a doença de forma moderada, severamente ativa e que não foram adequadamente
tratados, não responderam ou apresentaram intolerância à outras terapias disponíveis
no mercado.
Dados dos ensaios da Fase III mostraram
que o medicamento foi eficaz em pacientes com colite ulcerativa, mas apenas um
dos dois estudos demonstraram eficácia dos mesmos cem 6 semanas para a doença
de Crohn. No entanto, os dados apresentados durante a reunião compreenderam o
resultado de 52 semanas de tratamento, e apresentaram melhorias significativas
nas taxas de remissão entre aqueles que receberam tratamento medicamentoso para
4 e 8 semanas ( p <0,05 para ambos) versus placebo, e àqueles que
responderam ao remédio ( P < 0,05 e P < 0,01 , respectivamente).
Uma questão levantada durante a
votação e discussão foi a preocupação sobre o risco para o desenvolvimento de
leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma condição rara , mas
potencialmente fatal na qual ocorre uma severa inflamação no cérebro devido a
latente exposição ao vírus JC, que pode
ocorrer em pacientes que receberam natalizumab (Tysabri) e outros medicamentos
imunossupressores.
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No entanto, na única unanimidade da sessão na qual todos os 21 membros do painel votaram Sim, o smembros decidiram que a Takeda verificou de forma suficiente o risco de LMP e isso apoiou a aprovação; A empresa Takeda informou que, embora nenhum caso de LMP havia ocorrido durante os testes de fase III, a empresa continua a realizar pesquisas de pós venda para identificar tal possibilidade e se comprometeu a incluir um aviso na embalagem dos medicamentos. O integrantes da votação apoiaram a estratégia de mitigação de risco e pesquisa de pós-mercado.
Outro voto argumentou se
imunossupressores que são administrados juntamente com outros
imunossupressores devem ser limitados a uma duração específica. A votação ficou
em 19-1, com uma abstenção, contra tal limite.
Para cada condição, houve a
votação para verificar se os benefícios superaram os riscos durante os ensaios
e assim apoiar a aprovação do medicamento em pacientes que não tiveram sucesso
no tratamento com corticóides, imunossupressores ou antagonistas do TNF-alfa; imunossupressores
ou antagonistas do TNF-alfa, ou nenhum dos dois. A votação considerando o
tratamento da colite ulcerosa foi positiva para todas as condições sendo 14
votantes para a primeira opção, sete para a segunda, e nenhum voto para a
terceira. Da mesma forma, a votação para a doença de Crohn terminou com 14
favorecendo a primeira opção, seis favorecendo a segunda, e um membro do painel
favorecendo a terceira.
Em relação ao voto considerando a
indicação do medicamento no tratamento da colite ulcerativa, a membro do comitê
Elaine Morrato, DrPH, da Escola de Saúde Pública de Colorado, em Aurora, votou
a favor da opção menos restritiva, mas observou que "os produtos devem ser
eficazes, mas eu acho que umpré-requisito específico para a indicação desse
medicamento, como o fracasso do tratamento com outros imunossupressores ou
anti- TNF, será problemático quando você colocar isso em prática clínica",
ela ainda acrescenta que "preferiria que essas discussões fossem deixadas
para serem resolvidas entre o paciente e o provedor do medicamento."
Aqueles que favorecem a opção do
meio preferem uma abordagem mais reservada enquanto se espera por dados adicionais sobre quais
pacientes seriam melhor servidos por esse medicamento com o menor risco
possível.
A agência não é obrigada a seguir
o conselho de seus comitês consultivos, embora muitas vezes o faz.
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