Fibromialgia
A fibromialgia é uma
síndrome que se manifesta principalmente com dor no corpo todo. Muitas vezes
fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações. A sensação é
que não há lugar no corpo que não doa e, junto com a dor, há outros sintomas
como cansaço, sono não reparador, além de problemas de memória e concentração,
ansiedade, formigamento∕dormências, depressão, dores de cabeça e tonturas.
Existe relação entre fibromialgia e doença inflamatória intestinal?
Não existe uma causa
definida da fibromialgia, mas há algumas pistas de porque as pessoas tem essa
síndrome. Uma dessas são as doenças autoimunes e você se lembra de quando
falamos que as doenças inflamatórias intestinais são autoimunes? Pois é. Até ¼
das pessoas com doenças autoimunes experimentam os sintomas da fibromialgia.
Além disso, sugere-se que portadores de doenças inflamatórias podem, de alguma
forma, aumentar o risco para a fibromialgia. No entanto, a fibromialgia não é
uma doença inflamatória.
Quem são as pessoas mais afetadas?
No Brasil acredita-se que a
fibromialgia acometa de 2 a 3% da população, acomete mais mulheres que homens e
costuma surgir entre 30 a 55 anos, mas também atingem crianças, adolescentes e
idosos.
É verdade que a fibromialgia não tem causa?
Ainda não se sabe as causas
específicas, mas já foi descoberto que pessoas com fibromialgia tem mais
sensibilidade à dor do que as pessoas que não tem. É como se o cérebro
interpretasse de forma exagerada aos estímulos, ativando todo o sistema nervoso
para que a pessoa sinta mais dor.
Não há lesão nos tecidos
(inflamação ou degeneração) e é por esse motivo que algumas pessoas não
acreditam na fibromialgia. Até porque na dor crônica a pessoa não fica agitada
e não grita como numa cólica renal, por exemplo. Como dizemos acima, as pessoas
com fibromialgia tem um aumento dos impulsos dolorosos e isso é comprovado
cientificamente através de testes feitos no cérebro que provaram que a pessoa
realmente sente muito mais dor que o normal. Mas, ao contrário dessas outras
dores, a pessoa com fibromialgia costuma apresentar-se calma; a reação à dor
nelas costuma ser depressão, afastamento social, alteração do sono e cansaço.
A fibromialgia pode
acontecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma
físico, psicológico ou infecção grave. Normalmente começa com uma dor crônica
localizada e que progride para o corpo todo.
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Normalmente o paciente tem
dificuldade de definir onde é essa dor generalizada: se é no músculo, nas
articulações (“juntas”) ou nos ossos. A dor também não é necessariamente
espontânea; também pode vir de um simples toque.
Outro sintoma muito comum é
o cansaço (fadiga). Outro que acontece muito são os distúrbios do sono e aí
deve-se tomar cuidado de não confundir o cansaço com a sonolência. Mesmo que a
pessoa durma muitas horas, ela acorda com a sensação de estar cansada; é o
famoso “sono não reparador” da fibromialgia. Também pode ocorrer insônia,
sensação de pernas inquietas antes de dormir e movimentos nas pernas durante o
sono.
Como a fibromialgia é uma
doença em que as sensações estão muito aumentadas, são comuns queixas em outros
lugares do corpo como dor abdominal, queimação, formigamento, problemas para
urinar e dor de cabeça. Os distúrbios do humor, como depressão e ansiedade,
também são comuns.
Por que a fibromialgia parece piorar quando estamos tristes?
Assim como acontece nas
doenças inflamatórias intestinais, os sintomas da fibromialgia podem tornar-se
mais intensos quando estamos deprimidos. Isso acontece porque a interpretação
de dor no cérebro sofre influências e a emoção é uma delas. Emoções positivas
como felicidade podem diminuir o desconforto da dor e emoções negativas como
tristeza podem aumentar esse desconforto. Os neurotransmissores serotonina e a
adrenalina estão envolvidos nisso e, portanto, com o tratamento médico do quadro
depressivo, esses sintomas são amenizados.
Como é feito o diagnóstico?
É essencialmente clínico, já
que não há inflamação ou degeneração de tecidos. O médico vai te examinar
colhendo informações e também pode observar grande sensibilidade a dor em pontos
específicos dos músculos.
Existe cura?
Infelizmente não, mas tem a
vantagem de não ser progressiva como outras doenças crônicas. Além disso,
também não vai causar dano às articulações, músculos ou órgãos. Outro fator
confortante é que em muitas pessoas a fibromialgia melhora com o tempo e os
sintomas podem retroceder quase totalmente.
Devo fazer atividade física? Tem alguma que é mais indicada?
Com certeza. É uma
intervenção fundamental, tão importante quanto os medicamentos. Além de
inúmeros outros benefícios para a saúde, a atividade física vai ajudar a
reduzir a dor, melhorar o humor e aumentar a qualidade de vida. É importante
que o portador de fibromialgia mantenha atividade física pelo resto da vida,
sob risco de a doença voltar se a atividade for interrompida.
Os exercícios aeróbicos como
caminhada ou hidroginástica são determinantes na melhora de vários sintomas da
fibromialgia (dor, distúrbios do sono, fadiga, depressão e ansiedade). Os
exercícios de fortalecimento (como musculação) e alongamento também são
importantes e cada vez mais reconhecidos. Procure um profissional de educação
física e converse com ele (a) sobre suas preferências, pois a atividade física
tem que ser uma prática prazerosa e parte do seu estilo de vida. A partir daí
tracem um plano e comece a movimentar-se! Com regularidade, não se esqueça.
Como é o tratamento?
Como acabamos de falar, a
atividade física entra como um aliado importantíssimo ao tratamento da
fibromialgia.
Mais uma forma de tratar é
através das terapias comportamentais cognitivas (TCC). Ela leva em conta a
forma como cada um age perante os conhecimentos do dia a dia para tentar
entender e modificar suas emoções e seu modo de agir.
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