Tromboembolismo
Primeiramente vamos começar
explicando o que é a trombose ou tromboembolismo. A coagulação do sangue é um
processo normal para evitar a perda de sangue quando um vaso é rompido. Por
exemplo, quando machucamos o sangue começa a sair e depois para justamente
porque ocorre essa coagulação que vai impedir que o sangue saia por esse
ferimento. No entanto, o sangue começa a coagular dentro das artérias e
veias não é normal e nem pode acontecer.
O sangue, então, pode
coagular ao passar por um determinado lugar dentro de uma artéria ou veia,
formando um pequeno coágulo que se adere às paredes do vaso. Esse coágulo
também é chamado de trombo. Aos eventos e sintomas que o trombo causa que nós
chamamos de trombose. Quando o trombo se forma dentro da veia, chama-se
trombose venosa. Quando se forma dentro da artéria, trombose arterial.
O tromboembolismo é uma
complicação extraintestinal relativamente rara. Ainda não se sabe a real
incidência mas, segundo estudo recente (Grange, 2010), em pacientes com DII
mostrou risco de 3,4% e, durante as crises de atividade da doença, esse risco
aumentou para 8,4%. A frequência parece ser maior entre os portadores de
retocolite ulcerativa que doença de Crohn. Localização da doença também está
relacionada ao maior risco de tromboembolismo; no caso, envolvimento colônico
na doença de Crohn e pancolite na retocolite ulcerativa.
Quais são as causas?
Há vários fatores. Dentre
eles:
- Defeitos
no fluxo sanguíneo,
- Anormalidade
no equilíbrio entre proteínas procoagulantes e anticoagulantes do sangue
(o que ativa proteínas coagulantes),
- Alterações
endoteliais que culminam na mudança das características anticoagulantes
para um padrão pró-coagulante.
Já foram descritas
alterações funcionais na vasculatura intestinal durante as fases inflamatórias
agudas e crônicas das doenças inflamatórias intestinais, o que pode contribuir
para maior risco de tromboembolismo.
Mas, além dos fatores de
risco associados à doença, os pacientes com doenças inflamatórias intestinais
podem apresentar fatores genéticos ou adquiridos relacionados a trombose. Por
exemplo:
- Tabagismo
- Obesidade
- Idade
- Cirurgia
- Anticoncepcionais
- Medicações
- Desidratação
- Desnutrição
∕ má absorção ∕ hiperhomocisteínemia
- Estase
venosa
- Insuficiência
renal crônica, síndrome nefrótica
- Anomalias
vasculares
- Malignidade
- Fatores
hereditários (mutações em genes).
A maioria das medicações
utilizadas na doença inflamatória intestinal tem efeito teórico
antitromboembólico (exceto a talidomida).
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Manifestações clínicas
A grande maioria dos eventos
trombóticos que ocorrem nesses pacientes é em veias. A trombose venosa profunda
(TVP) dos membros inferiores e embolia pulmonar representam 75% dos eventos
trombóticos, sendo a incidência de TVP aproximadamente 3 vezes superior que a
embolia pulmonar.
A trombose da veia porta e
veia mesentérica superior tem sido mais observadas após a retocolectomia total
com bolsa ileal, o que enfatiza a importância da cirurgia como fator de risco
trombótico. Esses eventos também são comuns em pacientes dependentes de
corticosteroides e naqueles que não fazem profilaxia antitrombótica com
heparina.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito com
base nos fatores de risco e nos sintomas e sinais clínicos que dependem da
localização da trombose, como dor torácica, falta de ar, edema, calor, inchaço
nos membros superiores com dor local, manifestações neurológicas etc.
Também existem os exames de
imagem como ultrassonografia com doppler, venografia, tomografia
computadorizada, angiografia, ecocardiograma, D-dímero.
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