Suplementos alimentares e doença de Crohn e colite ulcerativa
Os suplementos
alimentares são produtos destinados a complementar a dieta humana fornecendo
nutrientes como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou aminoácidos. Eles
podem tanto potencializar uma dieta saudável (no caso de atletas e pessoas que
praticam exercícios físicos regularmente) quanto auxiliar pessoas que não tem
uma alimentação saudável e, por isso, precisam suprir a ausência de algum
nutriente. Também tem sido utilizados para prevenir e tratar doenças,
especialmente no fígado, nos rins, estômago e intestino. São normalmente
encontrados no mercado na forma de cápsulas, tabletes, pó ou líquidos.
Suplementos alimentares x anabolizantes
Pelo fato de proporcionarem
maior tônus muscular a quem pratica exercícios físicos, os suplementos
alimentares são frequentemente confundidos com os anabolizantes. Estes últimos,
no entanto, são hormônios esteróides sintéticos, que se constituem enquanto medicamentos
e, portanto, devem ser consumidos apenas com receita médica. Já os suplementos
alimentares, como o próprio nome diz, são produzidos com a finalidade de
suplementar, adicionar nutrientes, queimar gorduras ou suprir deficiências do
organismo, mas sem substituir a alimentação do dia a dia. Ao contrário, é
necessário ter uma boa base alimentar para ingeri-los.
Quem devo consultar antes de tomar um suplemento alimentar?
Embora os suplementos
sejam livremente comercializados em academias de musculação, é importante que a
sua utilização seja indicada por médicos ou nutricionistas. O consumo sem o
acompanhamento de um profissional pode acarretar problemas no fígado, rins e
coração, além de reações indesejáveis como acne, gases e alergias
respiratórias. Outros cuidados também devem ser observados na hora de comprar
uma suplementação. Para saber se um produto deste tipo é saudável ou liberado
para consumo no Brasil, verifique se ele possui o selo de registro da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve estar bem visível na
embalagem.
Tenho doença de Crohn ou colite ulcerativa: posso consumir suplementos alimentares?
Quem sofre com
doenças inflamatórias intestinais sabe o quanto é difícil ter uma alimentação
com todos os nutrientes necessários para levar uma vida saudável. A própria
doença de Crohn e a colite ulcerativa implica na carência de vitamina C e
zinco, vitamina E, ácido fólico, B1, B12 e B6. Por isso muitos pacientes que
sofrem desse mal tem recorrido a suplementos alimentares como o Modulen, que
contém TGF-B2 citocina, substância com ação anti-inflamatória que repara a
mucosa do intestino.
Há casos, no entanto,
em que os pacientes com DII simplesmente desejam recorrer aos suplementos
alimentares para auxiliar uma dieta saudável ou favorecer os bons resultados da
prática de exercícios físicos. Nesses casos, os interessados devem, antes de
tudo, buscar orientação médica. Como cada organismo possui as suas
particularidades, há casos em que um paciente reage bem ao uso de determinada
suplementação enquanto outro apresenta reações adversas e consequente piora na
atividade da doença.
Conheça alguns
suplementos muito populares e as possibilidades de uso por quem sofre de doença
de Crohn ou colite ulcerativa.
Whey Protein
Entre os suplementos
alimentares que contribuem para a obtenção da boa forma, um dos mais populares
atualmente é o Whey Protein. Esse produto consiste na proteína do soro do leite
não desnaturada, ou seja, na porção aquosa do leite, muito utilizada no
processo de fabricação de queijos. A proteína nesse estado possui baixo peso
molecular e alto valor biológico, sendo muito aproveitada pelo organismo
humano. O Whey Protein é formado por todos os aminoácidos necessários para a
síntese proteica, o que significa que se trata de uma excelente proteína para a
formação de massa muscular (aumento da força, volume e definição). Seu uso
também tem sido relacionado à melhora do sistema imunológico.
Para quem tem doença
de Crhon, o consumo do Whey Protein deve ser bem avaliado por um especialista.
Em geral, os portadores da doença tem sido orientados a escolher o produto em
sua versão mais purificada, isolada e hidrolisada possível (PROTO WHEY, VP2,
ISOFORT, ISOPURE, ISO WHEY são bons exemplos), para evitar irritação da mucosa
intestinal. O consumo de um Whey Protein com alta concentração de proteínas
pode causar o aumento da atividade da doença e estimular sintomas indesejáveis
como a diarreia. É importante destacar que esse suplemento estimula diretamente
o sistema imunológico, o que pode prejudicar em vários aspectos o organismo de
quem sofre de uma doença inflamatória intestinal. Por isso o acompanhamento
médico e/ou de um nutricionista é fundamental.
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Creatina
Outro suplemento
muito popular. É produzido naturalmente pelo fígado para fornecer a energia
necessária aos nossos músculos. Levada pelo sangue para as células dos
músculos, a creatina é convertida em fosfato de creatina, sendo queimada
durante as atividades físicas. Estudos apontam que a creatina promove o aumento
da massa magra, estimula a capacidade de raciocínio e concentração, capacidade
aeróbica, capacidade anaeróbica, retarda a fadiga muscular e acelera a
recuperação, motivo pelo qual muitos atletas recorrem a este suplemento.
Estudos sobre os efeitos secundários da creatina demonstram que um dos seus
efeitos secundários mais comuns é a diarreia (seguido pelas cãibras musculares)
o que pode indicar uma ação direta dessa substância no aparelho
gastrointestinal. Por isso, para os portadores de doenças inflamatórias
intestinais, é fundamental consultar um médico antes de consumir creatina. Sua utilização
deve ser acompanhada de exames regulares para verificar o seu impacto no
estômago, fígado e intestino. Não é aconselhado o uso prolongado, mais de dois
meses, dessa substância.
Ômega 3
O Ômega-3 é uma
gordura polinsaturada, também conhecida como “gordura boa”. Ao contrário das
gorduras saturadas e trans, ele age para manter as artérias desobstruídas,
promovendo um melhor funcionamento do sistema cardiovascular e oferecendo
proteção em relação a doenças cardíacas. Diversos estudos apontam que o consumo
de ômega-3 é benéfico na prevenção de ataques cardíacos e acidentes vascular cerebrais
(AVC), podendo ser útil também na prevenção e/ou tratamento de doenças
auto-imunes como a artrite reumatóide e as doenças inflamatórias intestinais.
Os médicos e nutricionistas costumam incluir o ômega-3 na dieta de muitos
pacientes, a depender do caso, tipo e estágio da doença.
Vitamina D
Um estudo de 2010
descobriu que a vitamina D, disponível em suplementos ou em óleo de fígado de
bacalhau, pode combater os efeitos da doença de Crohn. De acordo com
pesquisadores do Centro Médico da Universidade McGill e da Universidade de
Montreal, a deficiência de vitamina D no organismo pode de fato contribuir para
a doença, de modo que a administração de suplementos feitos a base desta
vitamina podem não apenas combater seus sintomas como aumentar a expectativa de
vida dos doentes. É importante, no entanto, atentar para os excessos. A
superdosagem provoca a elevação dos níveis de cálcio no sangue e na urina e,
consequentemente, a formação de cálculos renais.
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