A relação entre psoríase e as doenças inflamatórias intestinais
O que é a psoríase?
A psoríase é uma doença inflamatória crônica, benigna
e não contagiosa que atinge a pele. Pode afetar também as mucosas, unhas e até
articulações. É caracterizada principalmente pela presença de lesões
avermelhadas ou brancas, bem delimitadas e descamativas em qualquer parte do
corpo, que causam coceira, inflamações e bastante incômodo. Fatores
psicoemocionais, especialmente o estresse e a depressão, estão associados com o
seu aparecimento (cerca de 82% dos casos) e o agravamento dos sintomas. De
forma semelhante o clima frio e seco também agravam os sintomas e favorecem o
aparecimento precoce, assim como a ingestão de álcool e tabaco e
corticosteroides.
Incidência da psoríase
Estudos apontam que a psoríase acomete
igualmente homens e mulheres, embora os casos mais precoces sejam registrados
em mulheres. Existem dois picos de idade de prevalência: antes dos 30 e após os
50 anos, mas há casos em que os sintomas podem surgir antes mesmo dos dez anos
de idade. A psoríase apresenta períodos de melhora e piora ao longo da sua
evolução, levando a uma piora na qualidade de vida dos pacientes, devido ao
preconceito em relação a aparência das pessoas que desenvolvem as lesões.
Causas da psoríase
A causa está relacionada ao excesso de
linfócito T, uma célula de defesa do organismo, sendo portanto uma doença
autoimune. Se um dos pais é portador de psoríase, os filhos possuem cerca de 15
a 30% de desenvolvê-la ao longo da vida. Também é fortemente correlacionada com
um histórico familiar de diabetes (20 a 30%), depressão (10 a 30%) e
hipertensão (20-40%). É mais comum em pessoas brancas (80% dos casos) com
vulnerabilidade genética.
Tipos de psoríase
Existem vários tipos de psoríase, que são
classificados de acordo com as características e localização das lesões. A
psoríase vulgar, por exemplo, apresenta escamas secas, aderentes, prateadas ou
acinzentadas, que se espalham principalmente no couro cabeludo. A psoríase
invertida, por sua vez, é mais úmida e costuma aparecer em áreas de dobras como
joelhos e cotovelos enquanto a psoríase postulosa é caracterizada por lesões
com pus nos pés e nas mãos ou espalhadas pelo corpo.
Psoríase e doença inflamatória intestinal - doença de Crohn e colite ulcerativa
A psoríase pode estar associada a várias
doenças ou manifestações sistêmicas. Entre elas encontram-se a artrite
psoriásica, as doenças intestinais inflamatórias (colite ulcerativa e,
principalmente, a doença de Crohn) e, ainda, de forma especulativa, a diversas
infecções virais, alcoolismo, hipertensão, pneumonia, cirrose hepática,
urticária, artrite reumatóide, diabete, obesidade, doenças cardiovasculares
(tromboflebite, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar e acidente
vascular cerebral).
Estudos apontam que a doença de Crohn é
quatro vezes mais predominante em pessoas que sofrem de psoríase. Em geral, as
lesões epiteliais tendem a preceder os sintomas das doenças inflamatórias do
intestino. Atualmente, no entanto, as duas condições são por vezes tratadas com
os mesmos fármacos (em especial os alfa anti-TNF). O tratamento tende a ser
mais delicado nesses casos porque a psoríase é mais grave em pacientes cujo
sistema imunológico encontra-se debilitado (condição inerente aos portadores da
doença de Crohn). A síndrome do intestino irritado, doença do aparelho
digestório que é frequentemente associada à doença de Crohn, também parece ser
mais comum nas pessoas com psoríase.
Tratamento da psoríase e cuidados
Como se trata de uma doença crônica, o objetivo do
tratamento é controlar os sintomas e prevenir infecções. Aproximadamente 80%
dos casos de psoríase são considerados leves e moderados, sendo tratados com
medicamentos colocados diretamente sobre a pele ou o couro cabeludo (cremes
unguentos com cortisona, cremes com alcatrão de carvão ou antralina e cremes a
base de ácido salicílico ou ácido lático para remover as escamações). Os xampus
para caspas e hidratantes também são bastante recomendados para controlar os
sintomas. Medicamentos por via oral são recomendados apenas nos casos mais
graves.
Alguns cuidados, no entanto, podem ser tomados no dia
a dia com o objetivo de evitar que a doença evolua. A exposição frequente ao
sol também pode ser uma boa aliada. Entretanto, todo cuidado é pouco. O
paciente não deve exagerar a ponto de queimar a própria pele. Para quem não tem
tempo para caminhadas diárias ao sol, clínicas especializadas oferecem banhos
de ultravioleta A e B sob rigorosa orientação médica. Esses banhos não são
recomendados para crianças. Embora a relação entre estresse e os sintomas da
psoríase ainda estejam sendo estudados, muitos pacientes tem buscado técnicas
de relaxamento antiestresse para combater os sintomas da doença.
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