Ai
meu estômago!
Como já dissemos em posts
anteriores, a doença de Crohn pode atingir outros locais do sistema digestório,
inclusive o estômago. Além do mais, afecções do estômago, entre outros motivos,
também estão relacionadas ao estresse, o que muito de nós sabemos que várias
vezes é o que desencadeia as crises. Portanto, de um jeito ou de outro, as
afecções do estômago e as doenças inflamatórias intestinais podem estar
relacionadas. E, mesmo que não esteja, quem aí nunca sentiu uma dorzinha no
estômago ou tem um amigo e parente que sofre disso? Nosso post de hoje então
vai ajudar não só os pacientes que tem doenças inflamatórias intestinais, como
todos que sofrem de estômago.
Dentre as afecções do
estômago podemos citar a gastrite e a úlcera. Hoje vamos falar especificamente
da gastrite e, numa outra oportunidade, falaremos da úlcera. E vamos dar uma
atenção especial na parte da nutrição como tratamento!
Afinal, o que é gastrite?
É um processo inflamatório
do estômago. Pode ser classificada como aguda ou crônica. A gastrite aguda é
subclassificada em simples ou exógena, corrosiva e tóxica e a gastrite crônica em
superficial, atrófica e hipertrófica.
O que causa gastrite?
A gastrite aguda simples
pode ser provocada pela ingestão de álcool e drogas (o que inclui remédios),
bem como por doenças infecciosas. Pode causar anorexia, desconforto epigástrico,
náuseas e vômitos e, ocasionalmente, com hematêmese (vômitos com sangue), mal
estar, calafrios, dor de cabeça, dor no estômago tipo queimação, diarreia e dor
tipo cólica, câimbras musculares, prostração e até desidratação em casos graves.
A gastrite aguda
corrosiva não é nosso alvo, mas vamos só explicar porque ela acontece. É
provocada pela ingestão de substâncias corrosivas, ácidos ou álcalis, e em
geral é acompanhada por esofagite. Há dor tipo queimação, náuseas e vômitos,
diarreia, rigidez abdominal, sede intensa, prostração e choque.
A gastrite simples tóxica
ocorre pelo uso de drogas a base de salicilatos, barbitúricos etc.
Na gastrite crônica
há inflamação difusa ou parcial da mucosa do estômago, com o antro sendo o
local primariamente atingido. Pode causar pressão e “empachamento”, anorexia, náuseas
e vômitos, dor tipo queimação, hematêmese (vômito com sangue) etc.
Como é feito o diagnóstico da gastrite?
O responsável pelo
diagnóstico é o médico gastroenterologista. Ele vai avaliar sua história
clínica (vai analisar a presença de fatores que podem causar gastrite, assim
como relacionar seus sintomas) e também pode solicitar exames, como a
endoscopia. Talvez precise fazer uma biópsia (através da endoscopia mesmo), na
qual será retirado um pedacinho da mucosa do seu estômago para análise mais
minuciosa no microscópio.
E qual o tratamento da gastrite?
Aposto que a grande maioria
de vocês conhecem vários remédios que “são bons para o estômago” e é muito
fácil comprá-los em farmácias, até porque não precisam de receita e a maioria
tem um preço até que acessível. Mas atenção: isso é um ERRO! Não se
automedique! Isso pode piorar e muito o seu problema no estômago e algo que
poderia ser simples de tratar, vai ficar muito mais complicado. Portanto, vá ao
médico e deixe que ele defina o melhor medicamento para você. Vá à
nutricionista para que ela possa te passar uma alimentação para ajudar na
recuperação do seu estômago.
A automedicação é sempre um
erro, principalmente no nosso caso. Vamos a um exemplo: a doença inflamatória
intestinal é, como o nome diz, uma inflamação. Portanto, algumas pessoas vão
tomar anti-inflamatório para combatê-la. Mas você sabia que alguns anti-inflamatórios
são a principal causa da gastrite aguda? Ou seja, você vai tentar melhorar um
problema e vai criar outro.
O que é essa tal de Helicobater pylori?
A Helicobacter pylori é uma bactéria que infecta a mucosa do estômago
e duodeno e, ao contrário de muitas, consegue sobreviver naquele meio tão
ácido. Ela está presente em milhões de pessoas.
A mucosa gástrica tem uma
espécie de barreira natural que faz com que o ácido gástrico não os atinja e
nem destrua. O que a H. pylori faz é
destruir essa barreira natural, deixando as paredes do estômago expostas ao
ácido gástrico. Com o tempo, isso causa uma lesão que, se não tratada, pode
evoluir para uma úlcera e, até mesmo, para um câncer.
É importante lembrar que nem
todas as pessoas que tem essa bactéria estão sujeitos a esses sintomas e
distúrbios. E o tratamento vai depender de cada caso. A ciência ainda não descobriu
um jeito de eliminar essa bactéria, então o tratamento é feito através do
controle. Pode ser necessário uso de antibiótico, mudanças na alimentação são sempre
bem vindas e acompanhamento médico regular é imprescindível.
Que tipo de alimentos devo evitar se tenho gastrite?
Dessa vez vamos fazer um
pouco diferente do que costuma-se ver. Não vamos falar só o que é proibido e
tal, mas vamos explicar a razão pela qual eles devem ser evitados.
- Alimentos muito quentes, pois eles levam à congestão da mucosa gástrica, aumentando a secreção ácida e diminuindo o tempo de esvaziamento do estômago.
- Bebidas alcoólicas, pois elas estimulam a secreção ácida.
- Refrigerante à base de cola, pois facilita o refluxo.
- Cigarro! A nicotina também facilita o refluxo, provoca alterações do conteúdo gástrico, aumenta a resposta da secreção ácida e diminui o efeito de remédios protetores do estômago.
- Condimentos picantes, pois aumentam a irritação da mucosa.
- Pimenta vermelha e páprica. Elas contem uma substância chamada de capsaicina, que irrita a mucosa e aumenta a secreção ácida, além levar à perda de potássio também.
- Pimenta preta, porque produz irritação gástrica e aumenta a secreção ácida e dispepsia.
- Pimenta chilli e mostarda, pois produzem eritema (“vermelhidão”) e lesão gástrica.
- Caldos concentrados (daqueles temperinhos que fazem muito mal à saúde e tanta gente usa), pois a maioria deles contem purina, que é uma substância que excita a mucosa gastrointestinal e estimula a secreção ácida.
- Carboidratos concentrados (tipos de alimentos que contem grande quantidade de açúcar, como doces, pães e farinhas brancos), porque eles retardam o esvaziamento gástrico. E, no caso das doenças inflamatórias intestinais, ainda vão chegar lá no intestino, fermentar e causar mais uma série de incômodos.
- Alimentos ricos em gordura. Assim como os carboidratos, vão diminuir o esvaziamento gástrico. E também, ao chegar no intestino, podem irritar a mucosa.
Agora que já sabemos quais
alimentos podem piorar a gastrite, vamos aprender um pouco sobre como o nosso
comportamento influencia nessa afecção. É importante ter em mente que o
tratamento inclui as recomendações do seu médico e, tão importante quanto, é a
adoção de hábitos saudáveis. Seguindo nossos conselhos abaixo, evitando os
alimentos maléficos e tratando como seu médico pediu, dificilmente você sentirá
alguma coisa.
Você é responsável pela sua
saúde, lembre-se disso!
Mais dicas sobre gastrite, dessa vez comportamentais:
- Coma regularmente. Não fique mais de 4 horas sem se alimentar (nem menos de 2 horas).
- Intercale as refeições. Por exemplo: tome um café da manhã bom, depois um lanchinho bem leve, em seguida o almoço, depois um lanchinho bem leve de novo, após um lanche mais substancial ou o jantar. E, se for dormir mais tarde, prefira como última refeição algo bem leve também.
- Mastigue BEM os alimentos. Isso vai poupar seu estômago de mais trabalho do que ele já tem. Mastigue pelo menos 20 vezes cada “mordida” ou “garfada∕colherada”.
- Se for ingerir líquidos durante a refeição, beba pouca quantidade. No máximo 100 ml.
- Evite ou modere no café.
- Faça suas refeições em horários regulares. Nada de almoçar um dia as 11h, outro dia as 13h e, pior ainda, pular o almoço (ou qualquer outra refeição).
- Faça suas refeições em locais tranquilos e agradáveis.
- FIQUE CALMO! Nervosismo, ansiedade, estresse e similiares acabam com a saúde do seu estômago, do seu intestino e do seu corpo todo!!!
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