Antigamente pensava-se que o stress era causa das doenças
inflamatórias intestinais. Hoje já sabemos que não é bem por aí. Nem o estresse
físico e nem o estresse emocional causam essas doenças. No entanto, eles podem
piorar os sintomas.
Dessa
forma, pesquisadores já relacionaram o stress com as doenças inflamatórias
intestinais e afirmam que a tensão emocional pode influenciar negativamente no
curso da doença, favorecendo uma recaída, ou seja, a doença entrar em atividade.
Mas isso não significa que todo mundo que tem estresse vai ter uma recaída ou
que pessoas que tem muitas recaídas são muito estressadas.
Além
disso, como vimos no post de ontem, alguns pacientes também tem a síndrome do
intestino irritável e, como aprendemos, o desequilíbrio emocional é um dos
principais fatores para desencadear essa síndrome.
A digestão é regulada pelo sistema nervoso autônomo,
aquele que controla o subconsciente e regula as funções do corpo que você não tem
que pensar (coração bater, pulmões respirarem etc). Sendo assim, você não precisa
controlar a digestão e absorção dos nutrientes, isso é feito “automaticamente”.
Esse sistema nervoso autônomo se divide em dois: sistema
nervoso parassimpático e sistema nervoso simpático. O parassimpático é a
resposta de relaxamento e descanso e o simpático é a resposta de luta ou fuga,
portanto, a resposta ao estresse. Quando você está num estado parassimpático,
seu corpo está relaxado e a digestão flui sem problemas e também é só nesse
estado que seu corpo pode se curar. Por outro lado, quando o sistema nervoso
simpático é dominante, seu corpo está em estado de alerta. Nesse caso, energia
e sangue são desviados de funções essenciais como cura e digestão, para questões
não essenciais. Isso é um mecanismo de sobrevivência, quando o organismo
interpreta que estamos em perigo.
Marc David, psicólogo e nutricionista, explica que
estresse é a resposta do corpo a qualquer ameaça, seja ela real ou percebida,
isto é, o corpo monta a mesma resposta fisiológica se você está irritado no
trânsito ou fugindo de um leão. Pode não ser ao mesmo nível, mas a resposta é a
mesma.
Isso significa que se você está comendo sob estresse, seu
corpo vai demandar um tempo maior e será mais difícil digerir e absorver os
nutrientes.
Por isso que mesmo algumas pessoas que não tem doença
inflamatória intestinal podem ver uma ligação entre estresse e aparelho
digestivo. Mas para aquelas pessoas que tem e já sabem que o estresse é um
problema, é bom estarem preparados a respeito das reações e aprender algumas
técnicas para manejar o estresse.
Convém lembrar também que o estresse pode ocasionar na liberação de mediadores inflamatórios, ou seja, favorece o aparecimento de inflamação, característica principal da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa.
Além disso, também libera outras substâncias e hormônios que
podem, inclusive, atuar no ganho de gordura corporal.
Há também a outra via da questão. Ser diagnosticado com
alguma dessas doenças inflamatórias intestinais podem te deixar deprimido,
ansioso, estressado. É comum e compreensível no início, mas por tudo isso que
vimos acima, você tem mais uma razão pra controlar esses sentimentos ruins. Afinal,
você não ganhará nada com eles. Tente lidar com o estresse de maneira positiva.
Só depende de você! Você pode ficar se lamentando de como
a doença alterou sua vida ou aprender a lidar com ela e continuar fazendo tudo
o que gosta.
Como aliviar o estresse, então?
Existem várias
formas. A consciência de que você está sob estresse é o principal caminho e é
um grande passo para o sucesso do seu controle.
Cada pessoa tem uma forma diferente de aliviar o
estresse. O acompanhamento de um psicoterapeuta, de preferência com
conhecimento das enfermidades intestinais, é muito recomendado, pois pode
ajudar no controle da doença e até mesmo na redução ou desaparecimento dos
sintomas.
Você também pode se dedicar a uma atividade de lazer que
goste, como dança, livros etc. A prática da atividade física também é muito
importante, pois ajuda a liberar substâncias que auxiliam no bem estar, como a
endorfina.
Enfim, encontre seu ponto de equilíbrio e controle sua
doença.
Lembre-se: só depende de você!
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