11 erros comuns que pioram a doença de Crohn e a colite ulcerativa


Seja por não aceitar a doença, seja por ingenuidade ou até mesmo por negligência, muitos pacientes cometem erros que podem comprometer a evolução da doença e agravar sua saúde. Hoje falaremos um pouco deles.



1.    Negar a doença


Algumas pessoas escondem que tem a doença e, pior, isolam-se para que ninguém descubra. Isso é muito errado. O primeiro passo é aceitá-la, afinal, se você mesmo tem medo e preconceito, quer as outras pessoas pensem o que? Sim, a doença não tem cura e traz incômodos, mas você deve pensar que ela tem tratamento (quantas doenças existem por aí que até hoje não tem tratamento?) e cada vez mais a ciência faz novas descobertas.

Abra o jogo com seus familiares e amigos próximos e, principalmente, para você mesmo. Nós nos engajamos muito mais no tratamento (além de nos sentir melhores) quando temos o apoio daqueles que gostamos. 




2.    Não tomar os remédios


Durante a fase de remissão (quando a doença está sem sintomas) algumas pessoas se sentem tão bem que costumam parar de tomar o remédio, pois acham que não tem necessidade de tomá-lo mais. Isso é um grave erro. Foi o remédio que te deixou nessa fase de remissão e se sentindo tão bem então, para prolongar isso o máximo de tempo possível, você deve continuar tomando o remédio certinho.

Até porque quando a doença entrar em atividade, os sintomas poderão ser muito mais agressivos. Se você deixa de tomar por esquecimento, crie métodos que te façam lembrar como, por exemplo, colocar um despertador pra tocar no horário que você tomá-lo. 




3.    Automedicação


Tomar um remédio sem a orientação do seu médico pode ser mais perigoso do que se imagina. Alguns deles podem trazer um alívio imediato, mas em seguida causar um mal ainda pior, inclusive podendo agravar os sintomas já existentes ou despertá-los. A absorção dos remédios acontece no intestino e, se ele já estiver com a mucosa lesionada, pode trazer sérios danos.

Por exemplo, alguns antiinflamatórios não hormonais podem piorar a inflamação do intestino. Os anticoncepcionais podem irritar a mucosa intestinal. Existem remédios para acne que podem despertar as crises na doença de Crohn. 


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4. Ingerir poucas vitaminas e pouco ferro


Há grande perda de vitaminas e minerais pelas crises de diarreia, além da absorção também estar comprometida por causa dos locais do intestino que estão inflamados. Alguns medicamentos também diminuem a absorção de vitaminas B12 e B9 (ácido fólico). Dependendo do caso, pode ser necessário suplementar minerais e vitaminas. Converse sobre isso com o seu médico e sua nutricionista.

As deficiências mais comuns são de vitaminas A, E, K, do complexo B e ferro. As principais fontes dessas vitaminas são:

- Vitamina A: abacate, abóbora, acelga, batata doce, brócolis, caju, cenoura, couve, escarola, goiaba, figo, leite, mamão, manga, batata baroa, maçã, melão, gema de ovos, alguns queijos, sardinha, taioba e tucumã.

- Vitamina E: alimentos de origem vegetal, principalmente verdes escuros, sementes, oleaginosas (castanhas, avelãs, amêndoas, pistache), óleos vegetais e gérmen de trigo.

- Vitamina K: óleos, gorduras, frutas e hortaliças são as principais fontes, dentre elas: óleo de soja, brócolis, agrião, repolho, espinafre, salsa, repolho roxo, pepino, couve-flor, ervilha, azeite, mostarda (verdura, não o tempero), ameixa, trigo, uva verde, aveia, farelo de trigo, leite de vaca, iogurte, carne, batatas, abacate.

- Vitaminas do complexo B: principalmente os alimentos de origem animal, como carne vermelha, ovos, leite, fígado, além de alguns legumes e cereais.




5. Beber pouca água


A água é fundamental para a saúde de todos. No caso dos portadores de doenças inflamatórias intestinais é ainda mais importante para amenizar os sintomas, manter a mucosa intestinal saudável, evitar a desidratação que pode ocorrer com as crises de diarreia e também para melhor efeito de alguns remédios.



6. Excesso de alimentos gordurosos


Alimentos gordurosos são difíceis de digerir, o que causa mais “trabalho e esforço” para o intestino e isso pode piorar a inflamação. A própria gordura em si já piora a inflamação. Mesmo que a doença não esteja em atividade, evite esses alimentos o máximo possível ou, pelo menos, consuma-os com moderação.




7. Passar muito tempo sem comer


Todo mundo já ouviu falar que temos que comer de 3 em 3 horas e essa é a principal “lei” da boa alimentação. Nosso organismo foi programado para receber energia e nutrientes a cada 4 horas no máximo ou 2 horas no mínimo (por isso diz-se 3 horas, pois é a média entre os dois). Se ficamos muito tempo sem nos alimentar, o organismo entende que estamos com privação de alimento e aí passa a funcionar em caráter de “alerta”, de “emergência”.

A digestão e a absorção já não ocorrem tão bem quanto deveriam e os sintomas gástricos e intestinais podem piorar, inclusive devido aos ácidos produzidos pelo organismo que vão se “acumulando” durante o tempo que não comemos.

Além disso, comer de forma regular (3x3 horas) ajuda quem precisa engordar e quem precisa emagrecer. Se você precisa ganhar peso, só vai conseguir comer o aporte necessário de energia e nutrientes se fizer mais refeições ao longo do dia. Se você precisa perder peso, precisa alimentar-se nesse intervalo regular para que seu organismo não acumule gordurinhas (se fica muito tempo sem comer, o organismo tende a acumular gordura para compensar). 




8. Não controlar o seu estado emocional


Como já dissemos, estresse, ansiedade e outros distúrbios emocionais não são causas das doenças inflamatórias intestinais, mas podem ser o gatilho para uma nova crise. Isso acontece porque essas situações podem afetar o sistema imunológico e aí piorar a inflamação no intestino.
Para entender um pouco mais sobre isso, leia nosso post sobre sistema imunológico

Se achar necessário, procure um profissional (psiquiatra ou psicólogo) para fazer terapia. Vai te ajudar a lidar melhor com os problemas. Atividade física também é indispensável.





9. Não cuidar da sua higiene bucal


Já abordamos aqui que a doença de Crohn pode atingir até a boca. O mais comum é o aparecimento de aftas, que são um processo inflamatório, ainda que a doença esteja em remissão. Dessa forma, para evitar os sintomas na boca ou amenizá-los, deve-se cuidar bem da higiene bucal afinal, uma inflamação num ambiente sem higiene não é legal, né. Portanto, vamos escovar os dentes após cada refeição, inclusive depois daquele lanchinho rápido.








10. Sedentarismo


A atividade física traz inúmeros benefícios, como fortalecer o sistema imunológico, melhorar a digestão, melhorar a autoestima e os distúrbios emocionais, dentre outros. Leia mais no nosso post sobre atividade física.




11. Cigarro


Faremos um tópico específico sobre tabagismo e doenças inflamatórias intestinais, mas de antemão podemos adiantar que o tabagismo aumenta a produção de substâncias inflamatórias e alterações na mucosa do intestino.

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