Depressão e doença inflamatória intestinal
Depressão é diferente de tristeza
Muitos portadores de doenças inflamatórias intestinais sofrem de depressão. Costuma ser um motivo de grande angústia entre esses pacientes e muitos deles inclusive não sabem que a própria doença pode estar causando esse processo depressivo.
E é verdade mesmo. Vários
estudos já comprovaram a relação de doença inflamatória intestinal
(principalmente doença de Crohn) com depressão.
Como já dissemos, o trato gastrointestinal é um dos locais que mais é
afetado por fatores psicológicos, ou seja, é uma via de mão dupla: os sintomas
depressivos podem ser um gatilho para o aparecimento de uma nova crise e a
própria doença pode levar aos sintomas depressivos. Aém disso, esses sintomas
de depressão também podem ter influência direta sob os distúrbios imunológicos
associados às doenças inflamatórias intestinais e, assim, ter efeito negativo
no seu curso. Em alguns casos, sintomas como perda de apetite, náuseas e
diarreia são relatados antes ou após algum acontecimento que gera ansiedade.
Sabendo então que a depressão
é uma doença e é muito sério temos que compreendê-la e tratar. Vamos então aprender
um pouquinho sobre ela.
O que é depressão?
É muito importante não
confundir tristeza com depressão. São duas coisas completamente diferentes.
Tristeza é um sentimento que você está tendo e depressão, como acabamos de
dizer, é uma doença.
Depressão pode ser definida
como distúrbio do humor persistente, com no mínimo 2 semanas de evolução,
caracterizada necessariamente por humor depressivo (sentimento de tristeza,
desesperança, vazio e desamparo) e∕ou perda de interesse e prazer, associados
de culpa excessiva e desvalia, alterações do apetite e peso, insônia ou hipersônia,
fadiga ou perda de energia, retardo ou agitação psicomotora, dificuldade de
concentração e raciocínio, diminuição do desempenho sexual e pensamentos
recorrentes sobre a morte, com ou sem tentativas de suicídio.
É um transtorno recorrente,
ou seja, aproximadamente 80% das pessoas que receberam tratamento por um
episódio depressivo terão um segundo episódio ao longo da vida.
Um esclarecimento!
A depressão não é causada
por preguiça, fraqueza, falha de caráter ou falta de força de vontade, como
algumas pessoas costumam dizer. Muito pelo contrário! A maior parte dos
deprimidos são pessoas com altíssimos padrões de exigências pessoais e isto
ainda agrava os sentimentos de depressão.
Devemos acabar com esse preconceito.
Depressão é doença e não precisa ter vergonha de se tratar. E quem tem um
conhecido que é depressivo deve ajudá-lo, pois essa doença não apareceu por
culpa dele.
Atente-se para os sintomas da depressão!
- Tristeza a maior parte do dia (e quase todo dia).
- Ansiedade, culpa, raiva.
- Alterações súbitas de humor.
- Sensação de que nada nem ninguém pode te ajudar.
- Falta de esperança, falta de prazer ou interesse nas atividades diárias.
- Perda de sensação de afeto dirigido a amigos e familiares.
- Irritabilidade ∕ queixas sobre assuntos que antes não incomodavam.
- Insatisfação com a vida geral.
- Excesso de sono ou insônia.
- Comer de mais ou comer de menos.
- Irregularidade no ciclo menstrual.
- Cansaço “sem motivo”, falta de energia.
- Dores de cabeças, costas sem motivo aparente.
- Problemas digestivos: dor no estômago, dor na barriga, náuseas, enjoos, vômitos, má digestão, alteração no funcionamento intestinal.
Na presença de alguns desses sintomas não deixe de procurar o médico psiquiatra. As pessoas demoram muito a procurar ajuda médica e isso só complica as coisas. Deixe o medo e o preconceito de lado e converse com seu médico. Ele vai te ajudar muito!
Tenho depressão. E agora?
Primeiro de tudo: quem vai
diagnosticar se você tem depressão é o médico. Como dissemos, estar triste não é
ter depressão e o profissional competente para analisar o que está acontecendo
com você é apenas o médico.
Mas se você tem depressão
mesmo, não se preocupe. Tem tratamento! Médicos, psicólogos, terapeutas podem
fazer muito por você e também seus amigos e você mesmo vai se ajudar!
Vale lembrar que, ao
contrário do que se pensa, os fatores psicológicos e sociais muitas vezes não são
consequência da doença, e não causa.
E como é feito o tratamento da depressão?
Existe o tratamento
medicamentoso. Ainda há muito mito em torno dessas medicações mas, ao contrário do que muitas pessoas acreditam,
elas não viciam nem deixam eufóricas. O responsável pela prescrição da
medicação é o psiquiatra que, além disso, também irá aconselhar o paciente.
Há também o tratamento
psicológico, no qual busca-se que o paciente amplie a percepção de si próprio,
aumente sua autoconfiança e a capacidade de orientar-se em busca do equilíbrio.
No nosso caso, os psicólogos vão auxiliar também na aceitação da doença.
Há diversas formas também de
melhorar. Você pode buscar atividades que sinta prazer, que te relaxem e que te
tragam bem estar. Como já dissemos nesse tópico,
a atividade física é uma excelente aliada!
Como a nutrição pode ajudar a melhorar a depressão?
Alguns alimentos podem ajudar no tratamento da depressão, pois ajudam a produzir mais serotonina, que é um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem estar. Lembrando que é um coadjuvante e não substitui o tratamento!
A intenção é que, se você tem
depressão, procure dar preferência para esses alimentos.
- Castanha do Pará (ou castanha do Brasil), nozes e amêndoas: ricas em selênio e ajudam na redução do estresse.
- Leite e iogurtes desnatado: o cálcio ajuda a reduzir e controlar o nervosismo e a irritabilidade. Se você tem intolerância a lactose, leia nosso post e descubra outras fontes de cálcio.
- As frutas da alegria - melancia, banana, mamão, abacate, tangerina e limão: são ricas em triptofano, que vai ajudar na produção de serotonina.
- Laranja e maçã: tem ácido fólico, que está associado a menor prevalência de sintomas depressivos. Além disso a vitamina C promove melhor funcionamento do sistema nervoso, garante energia, ajuda a combater o estresse e previne a fadiga.
- Mel: estimula a produção de serotonina.
- Ovos: são fontes de tiamina e niacina (vitaminas do complexo B) que ajudam no bom humor.
- Carnes magras e peixes: possuem triptofano, que aumenta a produção de serotonina e, portanto, tem grande influência no humor.
- Carboidratos complexos (pães e cereais integrais, alimentos com fibra): ajudam a absorver o triptofano e também estimulam a produção de serotonina.
- Aveia e centeio: ricos em vitaminas do complexo B e vitamina E. Ajudam o combate da ansiedade e da depressão.
- Folhas verdes: são ricas em ácido fólico, que está associado a menor prevalência de sintomas depressivos.
- Soja: rica em magnésio, ajuda a reduzir a fadiga e aumentar a energia. Além disso, tem propriedades tranquilizantes naturais, principalmente quando combinada com cálcio e, dessa forma, ajudam a reduzir o estresse.
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