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Um novo estudo da Universidade de Manitoba, Canadá, mostra que a estimulação do nervo vago, que começa no tronco cerebral e estende-se para o trato gastrointestinal, tem uma maior probabilidade de diminuir o processo inflamatório no intestino para pacientes que sofrem de doença inflamatória intestinal (DII).

De acordo com o pesquisador Jean-Eric Ghia, professor assistente no departamento de imunologia e medicina interna (seção de gastroenterologia) da Faculdade de Medicina da Universidade de Manitoba, 20% dos canadenses que sofrem de distúrbios digestivos demonstram também uma alteração no sistema nervoso. Ele diz que "o cérebro está intimamente ligado ao intestino, e para alguns pacientes com DII, o nervo vago pode não funcionar adequadamente. (Leia mais sobre a Síndrome do intestino irritável.)


Ghia e uma equipe de pesquisadores do programa de pesquisa e clínica da Universidade de Manitoba (um dos programas de investigação clínica mais importantes do mundo em DII) tiveram seus resultados publicados no dia 24/07/2013 na edição online da Mucosal Immunology, a publicação oficial da Society of Mucosal Immunology.

O  co-autor do estudo Fazle Rabi, doutorando no departamento de imunologia, e colegas avaliaram ratos que tiveram os nervos vagos estimulados com mediamentos comumente usados para tratar a doença de Alzheimer. Eles observaram os ratos após a inflamação induzida do cólom. Os resultados do experimento mostram como o uso de medicamentos de ação central influenciam a inflamação no intestino. 

Em um estudo anterior, os pesquisadores também demonstraram que o nervo vago protege contra a inflamação através da liberação de nicotina.

"Na ausência do nervo, os tratamentos utilizados para que haja a estimulação do nervo vago não melhoram a inflamação no intestino, sugerindo que, neste contexto, este nervo é uma ligação importante entre o cérebro e inflamação do intestino," diz Ghia.

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Ele explica que os resultados são importantes porque mostram uma ligação entre os tratamentos que envolvem o tronco cerebral e seu uso para o tratamento de distúrbios gastrointestinais. Assim os pacientes com inflamação do cólom podem ser selecionados para novas técnicas de tratamento, como por exemplo tratamentos de ação central utilizando inibidores da acetilcolinesterase . 

Essas técnicas já são clinicamente aprovadas para o tratamento da doença de Alzheimer. Outro exemplo seria o uso de receptor agonista muscarínico altamente seletivo ou antagonistas que estão sendo desenvolvidos para o tratamento da doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. A estimulação eléctrica do nervo vago, agora a ser utilizada para o tratamento de epilepsia e depressão refractária também seriam outras opções.





"Esta é uma descoberta importante que pode melhorar significativamente a saúde e bem estar dos portadores de DII e mostra a excelência em pesquisa e inovação que ocorre aqui na U of M" (Universidade de Manitoba), disse Peter Nickerson, diretor de pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Manitoba.

A Fundação de SaúdeDigestiva canadense relata que "o Canadá tem uma das mais altas taxas de incidência de DII no mundo. Uma prevalência com mais de 200.000 canadenses que vivem com a doença. Esses distúrbios são caros e podem ser debilitantes. O total de custos diretos e indiretos com DII são na ordem de U$ 1.8 bilhões sendo o principal custo, mesmo que indireto, ser a perda de trabalho de longo prazo."

DII refere-se a duas doenças distintas, conhecidas por causar inflamação e ulceração (feridas), do intestino delgado e grosso, chamada colite ulcerativa e doença de Crohn, não deve ser confundido com o SII (síndrome do intestino irritável), uma doença intestinal comum que não causam inflamação, úlceras ou outros danos ao intestino.




*Esse texto foi escrito por Ilana Simon, diretora do departamento de marketing e comunicação da Universidade de Manitoba e traduzido por Jonas Stephani, dentista e integrante da equipe do  www.crohnecolite.com.br . O artigo original pode ser achado nesse site

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