Necessidade de cirurgia na DII
Apesar de haver tratamentos eficazes tanto para a doença
de Crohn quanto para a colite ulcerativa pode acontecer que elas não entrem em remissão e os sintomas se tornem persistentes e duradouros levando o
médico a discutir com o paciente a possibilidade de cirurgia. Nesse caso a cirurgia
seria apresentada como uma alternativa para trazer a doença sob controle.
Outro fator que pode trazer a discussão acerca da
cirurgia à tona é no caso de uma complicação da doença que não tem como ser
tratada efetivamente com o uso de medicamentos. Um exemplo pode
ser o bloqueio intestinal sofrido na doença de Crohn.
Leia mais sobre Complicações intestinais da DII.
Como portador de doença de Crohn você pode vir a precisar de cirurgia devido a:
- Os sintomas persistem mesmo com o uso de medicamentos;
- Complicações como abscessos e fístulas que não se cicatrizam;
- Uma estenose com o sintoma de obstrução se desenvolve;
- Você fica doente a ponto do cólon inchar colocando assim sua vida em risco, isso é chamado de megacólom tóxico.
- Hemorragia (sangramento)
- Aparecimento de câncer no intestino;
ASSINE NOSSO BOLETIM INFORMATIVO
Como portador de colite ulcerativa você pode vir a precisar de cirurgia devido a:
- Os sintomas persistem mesmo com o uso de medicamentos;
- Você não suporta o tratamento recomendado, por exemplo alergias a vários medicamentos;
- Quando ocorre perfuração do cólon;
- Desenvolvimento de megacólom tóxico;
- Hemorragia (sangramento);
- Aparecimento de displasia, que pode levar a câncer, ou aparecimento de câncer;
- Se uma criança ou adolescente tem colite ulcerativa e não está se desenvolvendo normalmente cirurgia pode ser necessária;
A principal diferença entre o resultado das cirurgias
para doença de Crohn e colite ulcerativa é a cura. Enquanto portadores da
colite ulcerativa podem ser curados ao retirarem o cólom e o reto, os portadores
de doença de Crohn terão que trabalhar na prevenção do resurgimento da doença
em outras partes no trato digestivo.
Essa prevenção é importante para que não
haja a necessidade de outras cirurgias e com isso surja uma outra complicação
chamada síndrome do intestino curto na qual a pessoa não será capaz de digerir
e absorver nutrientes suficientemente pela falta de grande parte dos
intestinos.
Quais são os riscos e benefícios da cirurgia
Toda cirurgia envolve riscos. Talvez a maior
preocupação seja a possibilidade de uma complicação cirúrgica, isso faz com que
pensamos se vale a pena passar por esse procedimento. Sem contar a
incoveniência de ter que interromper a rotina diária não só do paciente mas de
toda a família. Também há a insegurança de que mesmo com cirurgia a doença
poderá retornar.
Porém, em alguns casos os sintomas da doença são tão
debilitantes que o paciente não se sente bem em nenhum período do dia ou noite.
O tratamento medicamentoso não responde mais e isso tudo começa a atrapalhar o
cotidiano da pessoa. Seja na escola, no trabalho ou até mesmo o convívio
familiar se torna difícil. Nesse caso, cirurgia pode trazer benefícios que irão
sobrepor os riscos, pois após o procedimento o paciente se sentiria mais
disposto e saudável, o que interferiria em sua vida como um todo.
Quanto tempo ficarei internado? E o que está envolvido na cirurgia?
Não há um procedimento “padrão” para as cirurgia de
DII, mas há um certo número de pequenas intervenções que cobrem a maioria das
situações. Como sabemos a medicamentação para os portadores de DII é
individualizada dependendo de cada caso e indivíduo, o mesmo acontece com a
cirurgia. Vai depender do quão desenvolvida está a doença, em qual área do
trato gastrointestinal, qual o objetivo da cirurgia etc..
Apesar de não haver um procedimento “padrão” a
maioria dos procedimentos cirúrgicos na doença inflamatória intestinal tem
certas coisas em comum.
O profissional que fará a cirurgia será o cirurgião e
pode ser um profissional diferente do que o que vem acompanhando sua doença.
A maioria das operações nessa região irão precisar de
uma ou mais incisões no abdomen (barriga) para que o cirurgião tenha acesso às áreas doentes do intestino.
A maior parte dos procedimentos cirúrgicos para DII vão
precisar de anestesia geral e internação após a cirurgia.
A duração da
internação vai depender da natureza da
cirurgia mas pode variar entre 7 e 10 dias. Se houver complicações esse período
pode ser extendido.
O tempo entre cirurgia até a recuperação total gira em
torno de 6 semanas, mas depende do tipo de cirurgia que foi feita, da saúde
geral e nutricional do paciente antes da cirurgia, e claro a motivação do
paciente.
Chances de ter que encarar cirurgia em DII
Aproximadamente de 70 a 80% das pessoas que sofrem de
doença de Crohn e entre 20 a 40% dos portadores de colite ulcerativa precisarão
de uma intervenção cirúrgica no decorrer da doença. Esses números são estimados
a partir de dados das décadas passadas, isso significa que a realidade de hoje
pode ser diferente uma vez que há tratamentos melhores do que no passado para
lidar com a doença.
Apesar dos sintomas e tratamento de doença de Crohn e
colite ulcerativa serem bem parecidos é importante diferenciar as duas antes de
fazer uma cirurgia. Isso porque os procedimentos cirúrgicos para uma e outra podem ser bem diferentes.
Nós falaremos sobre as cirurgias disponíveis para ambas as doenças em um
próximo artigo assim como daremos uma visão mais geral sobre ileostomia e
colostomia.
Mandem perguntas para que assim possamos direcionar o
conteúdo.
Bom dia,
ReplyDeleteAntes de mais quero agradecer e dar os parabéns aos autores deste artigo pois está excelente.
Sou portador de uma colite ulcerativa que está perfeitamente controlada com terapia biológica (infliximab) a cada 8 semanas + anti-inflamatórios diários. No meu caso a doença atinge todo o intestino grosso. Estou convicto que faço parque do grupo de pessoas que, um dia, terei que ser sujeito a uma intervenção cirúrgica. Por tal motivo gostaria de saber se, em caso de cirurgia, terei que remover todos os intestino grosso e quais serão os constrangimentos nas minha rotinas diárias.
Obrigado
Olá,
DeleteDepende de cada caso. Não há como sabermos se precisará retirar todo o intestino grosso, mas caso isso ocorra você estará curado da colite ulcerativa. Mas dependendo pode ser feito a retirada de apenas parte do intestino. Você poderá encontrar algumas dúvidas sobre Ostomia nesse artigo http://www.crohnecolite.com.br/2013/12/ostomia.html Esperamos que seja de alguma ajuda. Você pode procurar na busca do site digitando "Ostomia" e aparecerá alguns artigos e um vídeo do grupo Ostomia sem Tabu que vale a pena assistir. Abraços