O termo Doença Inflamatória Intestinal (DII) refere-se
a qualquer processo inflamatório que acomete o trato gastrointestinal. As mais
comuns são a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), que
representam cerca de 80 a 90% dos casos. Os outros tipos de DII são “pouchitis”
(bolsite), doença de Behçet, enterocolite eosinofílica e colite microscópica
(linfocítica ou colágena).
A incidência da RCU e da DC é de aproximadamente
0,5-13 e 0,08-7 novos casos por 100.000 habitantes/ano, respectivamente. A
prevalência, por sua vez, é de 35-100 e 10-100 por 100.000 habitantes para a
RCU e DC respectivamente. No Brasil, os casos de DC tem aumentado.
A principal diferença entre a RCU e a DC está na
localização da inflamação: enquanto a DC pode afetar qualquer parte do tubo
digestório, da boca até o ânus, a RCU só acomete o intestino grosso (cólon). A
figura abaixo ilustra a forma que as duas doenças atingem o cólon.
Em relação às características clínicas, a dor abdominal é comum na DC, mas é variável na RCU, assim como na RCU é muito comum haver sangramento retal, mas na DC não. Pacientes com Doença de Crohn também costumam ter doença perianal, perda de peso, massa abdominal e déficit de crescimento mais frequentemente que os pacientes com RCU. A diarreia é igualmente presente em ambas.
Em relação às complicações intestinais: a estenose e
as fístulas são achados comuns em DC e incomum em RCU. Já o câncer é mais comum
em RCU que DC.
Nos achados endoscópios, a presença de úlceras aftosas
e lineares é comum na DC, mas ausente na RCU. Em compensação, pseudopólipos são
muito comuns na RCU e incomuns na DC. O envolvimento retal é quase sempre
presente na RCU e pouco comum na DC.
As manifestações intestinais vão depender do segmento
atingido. Em ambas, os pacientes alternam períodos em que não apresentam
sintomas com períodos muito sintomáticos ou de crise. O tempo decorrido entre
uma crise e outra varia de caso a caso.
Como já dissemos, nenhuma dessas doenças tem a causa
definida e também não tem cura, mas com os tratamentos da atualidade pode-se
controlá-las, assim como seus sintomas, e viver normalmente com boa qualidade
de vida.
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