Como conversar com o seu médico abertamente
É comum chegar
ao consultório médico e sentir vergonha de falar abertamente sobre os seus
sintomas, principalmente no caso da doença inflamatória intestinal pois esses
são muitas vezes embaraçosos.
A melhor forma
de falar e não sentir-se constrangido é anotar tudo o que vem sentindo. O ideal
seria uma espécie de diário anotando por exemplo “dia tal senti fortes cólicas”,
“percebi que tive mais gases ao comer feijão”, “hoje fui 8 vezes ao banheiro,
sendo que o meu normal são 3 vezes”, e por aí vai. Assim você não se perderá
com os assuntos que quer discutir com o seu médico e não terá tanto receio de
falar abertamente o que sentiu.
Pois bem, você
vem coletando informações sobre o que vem sentindo e está pronto(a) para
discutir com o seu médico a respeito. Como dissemos, muitas pessoas tem
vergonha de falar sobre suas necessidades fisiológicas e nesse caso dizer
“estou indo frequentemente ao banheiro” não vai ajudá-lo(a) muito. Então,
imagine-se falando com você mesmo e simplesmente abra a boca e comece a contar
em detalhes desde frequência até consistência das suas fezes etc.. Ou como sugerimos,
apenas leia o “diário” colocando as coisas mais importantes desde a sua última
consulta ou caso seja a primeira os sintomas que vem chamando mais atenção.
Lembre-se que médicos já estão acostumados a ouvir isso tudo, então não há
razão para ficar envergonhado(a). Simplesmente conte seus sintomas como
estivesse conversando com seu melhor amigo(a).
Segue abaixo um
exemplo de como você pode começar:
“De uns tempos
para cá (você pode especificar uma data) eu tenho tido muita diarreia. Tenho
ido ao banheiro de 7 a 9 vezes por dia e as fezes variam muito indo de pastoso
para bem aquoso. Mas o que mais me preocupa agora é que tenho notado que parece
que minhas fezes estão vindo misturadas com sangue. Parece que estou tendo
sangramento. A cor mudou, está um marrom mais escuro com partes que é possível
ver um vermelho bem escuro que parece sangue. Também, de um tempo para cá,
estou acordando à noite para ter que ir ao banheiro. Além disso, tenho perdido
peso e não tenho tido muito apetite. Tenho sentido muita cólica do lado direito
(ou esquerdo) da minha barriga e parece piorar depois que eu como sorvete por
exemplo.”
Ao falar das
suas fezes você pode se sentir mais confortável dizendo que elas são:
Sólidas – bem
formadas, tipo salsicha com ondulações.
Semi- sólidas –
mais pastosa, não são “inteiras”, mas vários pedaços menores.
Líquida – não
são formadas, há diarreia, e é bem aquosa.
Saiba lidar com
suas expectativas quanto a doença. O seu médico não faz milagres e reconhecer
que, uma vez diagnosticado, viver com a doença inflamatória intestinal será
mais como uma maratona do que um simples 100 metros rasos. Entender os
sintomas, conversar abertamente sobre eles com o seu médico e procurar ajuda é
o melhor a fazer. Informação será sua melhor companheira.
O que esperar no exame médico?
Apalpar sua
barriga para verificar se há algo anormal, se há distensão abdominal (inchaço)
etc.. Isso pode significar algo mais e dependendo ele pode vir a pedir um
raio-x abdominal.
Usar o
estetoscópio para “escutar” sua barriga – pouco barulho vindo dos intestinos
pode indicar que houve uma diminuição no movimento peristáltico, o que pode
significar inflamação, ou muito barulho vindo de lá o chamado borborigmo ou
ronco estomacal acompanhado de dores pode também significar que há algo errado.
Procurar
qualquer sinal de que haja formação de fístulas que podem se formar na barriga
ou próximo ao anus, chamada de fístula perianal.
Exame retal –
caso seja necessário seu médico pode pedir para você deitar de lado em posição
fetal para que o exame seja feito. Nesse exame ele procurará sinais de
fissuras, fístulas perianais, volumes inesperados como câncer retal ou até
mesmo aumento da próstata em homens.
Saiba que o
médico é o seu aliado e ele está ali para ajudá-lo(a). Seja explicando mais
sobre a doença e assim diminuindo suas preocupações, ou simplesmente mostrando
que é possível ter uma vida normal mesmo sendo portador de Doença de Crohn ou
Retocolite Ulcerativa.
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